A cada ano que passa, o teto
salarial da NFL se torna mais polêmico. O período de free agency fica mais
agitado, contratos gordos são assinados e o velho papo do overpay aparece. Para
analistas, torcedores e comentaristas é um prato cheio, uma pauta fácil, mas a
questão salarial da NFL é diferente do que o que o senso comum quer nos dizer.
O salary cap, nada mais é do
que um mecanismo adotado pela NFL em 1994, numa tentativa de barrar a montagem
de supertimes em favor das franquias mais ricas. Impedir que os donos com mais
dinheiro segurassem seus bons jogadores e “roubassem” os talentos de equipes
com menos poder aquisitivo, impedindo assim a formação de “Reais Madrid” e “Manchesters
City”.
O ano agora é 2018 e
novamente as velhas pautas aparecem. Sempre o mesmo papo de que tal jogador não
vale tudo isso, ou a gozação com o rival que foi errado em dar overpay em tal
atleta. O problema é que agora a situação é outra. O salary cap apesar de
manter a mesma forma, atua muito mais como um mediador do que como um inibidor
de ações no elenco de uma equipe.
Desde 2013 o teto salarial
cresce em média 10 milhões por temporada. É muito dinheiro acrescentado, e os
agentes dos jogadores sabem bem disso. A cada ano que passa, vemos contratos
recordes sendo assinados, e adivinhem? Eles não vão parar tão cedo. A NFL é um
negócio, um negócio muito lucrativo, e isso faz com que a TV e a mídia briguem
por cada pedaço de direito que lhe é permitido. A cada cota de TV que aumenta,
alguns milhões são acrescentados ao salary cap, e isso faz com que ele seja
sustentável a Liga.
Por isso, não fique chateado
se o seu time pagou 3 milhões a mais do que você acha que o jogador vale. Se o
atleta for bom, vai valer a pena. O dinheiro não sai do seu bolso, ele sai do
dono da franquia, e acredite em mim, o quanto ele paga em contrato para cada
jogador volta com um retorno muito maior. Além do mais, qual jogador você
consegue assinar hoje por 3 milhões? Um Running Back veterano? Vai por mim, não
fará falta.
Existem diversos artifícios
que os General Managers usam para poder manobrar o contrato dos jogadores e
seus impactos em cima do teto salarial. Mecanismos esses que vão desde
incentivos em produtividade, para diminuir o dinheiro garantido de um atleta,
até reestruturações salariais, que jogam o seu impacto para o futuro. Maneiras
não faltam, e o importante disso tudo é que sempre existe uma maneira de
reassinar com seus jogadores, basta querer.
Podemos ver de perto esse
ano o exemplo de alguns times que fazem boas engenharias financeiras como os
Eagles, Saints e Jaguars. Além de renovarem com jogadores importantes de seu
elenco, mesmo com um teto apertado, ainda acharam formas de reforçar a equipe
com free agents.
No caso do Philadelphia
Eagles, o plano da equipe é claro. Capitalizar em cima do contrato de calouro
do Carson Wentz para pagar os principais jogadores de outras posições e vencer
agora. Só nesta semana, mesmo com o teto salarial acima do permitido antes da
virada do ano novo fiscal da NFL, a equipe conseguiu: Trocar por Michael
Bennett, assinar com Haloti Ngata e renovar com Nigel Bradham.
Após trazer todos esses
jogadores, o GM Howie Roseman só se desfez de Torrey Smith, que veio de uma
temporada mediana, e foi trocado por Daryl Worley, cornerback sólido do
Carolina Panthers. “Magicamente”, depois de todos esses movimentos, a equipe
está ajustada ao teto salarial permitido pela NFL.
O New Orleans Saints é outro
caso interessante dessa Offseason. Também beirando a margem permitida pela NFL,
a equipe conseguiu renovar o contrato de Drew Brees, além de trazer Demario
Davis, Kurt Coleman, Patrick Robinson e Tom Savage. Uma baita de uma engenharia
financeira!
Por fim, aproveite esse
período de intertemporada. É muito divertido! Se aprofundar nesses
conhecimentos sistemáticos da Liga e aprender as nuances dos General Managers é
um ótimo passatempo enquanto ficamos órfãos de jogos. As partidas são jogadas
em Setembro, mas são vencidas entre Março e Abril.
sabe viverrrr
ResponderExcluirManeiro
ResponderExcluirNFL >>>>> musica eletronica
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